Têm coisas que fazemos automaticamente,
sem pensar. São hábitos, costumes, rotinas. O jeito de comer, andar, sentar,
vestir-se, trabalhar, descansar, escrever. Até o jeito de relacionar-se. Estes
hábitos podem ser bons ou ruins. Por exemplo, se me acostumei sentar numa
posição incorreta, com o tempo minha coluna reclama, se me habituei com uma
alimentação errada, a saúde do corpo não vai longe. E grande parte vem por
educação, de pais a filhos, de professores a alunos. De tal modo que o cultivo
dos maus hábitos tem nome: falta de educação. E parece que estamos vivendo
tempos de gente sem educação. Em quase tudo, especialmente na palavra:
“obrigado”. Lembro-me quando criança de meus pais: “Como se diz?” –
referindo-se ao agradecimento por um presente ou favor recebido.
Deixar ou
esquecer-se de agradecer também virou costume no assunto “bênçãos de Deus”. Em
grande parte pela teoria que tudo surgiu e surge do nada. Nesta idéia
evolucionista, até se compreende em não render “ação de graças”. Agradecer a
quem? Ao Big Bang? À mãe natureza? Ao Sol, à Lua? Porém, se tal atitude vem de
alguém que professa que “é Deus quem dá o sustento aos que ele ama, mesmo
quando estão dormindo” (Salmo 127.2)? De uma pessoa convicta “que ninguém pode
ter alguma coisa se ela não for dada por Deus (João 3.27)? Algo parecido com
aquela ingratidão reclamada pelo próprio Jesus, depois que curou dez leprosos e
só um voltou para agradecer. “Onde estão os outros nove?” (Lucas 17.17). Esta
pergunta o Salvador ainda faz, quando o que chama a atenção mesmo é a
insistência no “eu quero, quero, quero, em nome de Jesus” – como se Deus fosse
obrigado a dar tudo o que pedem. Algo parecido com o jeito das crianças de hoje
que não sabem ouvir um não. Até porque “graças” na Bíblia significa presente “imerecido”.
Por isto “todos os dias te darei graças e sempre te louvarei”, diz o salmista.
Pura graça de um Deus que veio enrolado de presente.
Marcos Schmidt
pastor luterano
fone 8162-1824
Igreja Evangélica Luterana do
Brasil
Comunidade São Paulo, Novo
Hamburgo, RS
22 de novembro de
2012
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